O ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou a suspensão imediata da greve deflagrada aos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil. A decisão atendeu a um pedido da União e fixou multa diária de R$ 500 mil ao Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco) em caso de descumprimento.
Os auditores federais iniciaram uma greve em 26 de novembro de 2024, alegando defasagens salariais desde 2016 e mudanças no bônus de eficiência.
Em junho de 2025, o STJ determinou a suspensão imediata da greve, proibiu operações padrão (fiscalização absolutamente lenta) e estabeleceu multa diária de R$ 500 mil ao sindicato caso a paralisação persistisse.
O Sindifisco confirmou oficialmente a suspensão da greve em 9 ou 10 de junho de 2025.
Estima-se prejuízo de R$ 3,3–3,5 bilhões acumulados até meados de junho, com risco de ultrapassar R$ 14–40 bilhões caso a paralisação se mantivesse ao longo de 2025.
Atrasos no desembaraço aduaneiro, tanto na importação quanto na exportação, divulgaram gargalos logísticos em portos e aeroportos, com cerca de 75 mil remessas retidas.
Custo extra em armazenamento, demurrage e taxas de sobre estadia ficou evidente, além de gerar passivos contratuais decorrentes de atrasos.
Setores diretamente mais afetados: automotivo, farmacêutico, tecnologia, agronegócio e varejo.
O Brasil passou a ser visto como um parceiro menos confiável pelas cadeias globais, possibilitando ganho de mercado para países como Chile e Colômbia.
Houve atrasos na divulgação da declaração preenchida do IR, entrega de relatórios e processos no CARF, prejudicando o acompanhamento da arrecadação.
O governo atribuiu perda de receita à greve, citando R$ 31,3 bi contingenciados no orçamento de maio e queda de R$ 41,7 bi em previsão de receitas.
Com a suspensão da greve em 9–10 de junho, os auditores retomaram as atividades já em andamento, incluindo liberações em Santos e outros terminais.
O CARF deve retomar sessões a partir de 23 de junho , embora ainda em ritmo lento, pois haverá recesso em julho.
Resta acompanhar os desdobramentos das negociações salariais e qualquer ocorrência legal do sindicato.
Impacto | Detalhes |
---|---|
Desembaraço aduaneiro | Liberação de cargas passadas de dias para semanas ; retidos ~75 000 remessas. |
Custos logísticos extras | Armazenagem prolongada, sobre estadia, multas contratuais. |
Setores afetados | Automotivo, farmacêutico, tecnologia, agronegócio, varejo. |
Competitividade internacional | O Brasil perde atratividade frente aos concorrentes. |
Receita Federal e Imposto | Atrasos em IR, CARF, relatórios; queda significativa na arrecadação. |
Conclusão : Embora a greve tenha sido suspensa, as consequências ainda reverberam. As empresas de importação e exportação deverão aguardar a normalização total dos processos aduaneiros e ajustar o planejamento e os estoques. O impacto econômico foi profundo, mas a retomada das atividades oferece oportunidade de recuperação gradual.
Fontes: